quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mapa O.U.N.U.



Mapa de todas as intervenções relacionadas com a série O.U.N.U., desenvolvidas entre Fevereiro e Maio de 2009 na cidade do Porto.

domingo, 10 de maio de 2009

O.U.N.U. 1200 x 540 x 2000

Praça da República, Porto



Esta intervenção surge a partir de uma parceria com a Marta Calejo que, para a sua tese de mestrado, se encontra a abordar problemáticas relacionadas com questões imobiliárias, mais propriamente relativas a edifícios devolutos que se encontram na cidade. No seu projecto, propõe-se a uma apropriação temporária dos edifícios e a interagir visualmente, de formas distintas, no espaço de forma a re-utilizá-lo e com isto chamar a atenção para um problema que se encontra por toda a cidade do Porto. Assim, convidou alguns artistas com o objectivo de estes desenvolverem intervenções sobre algumas casas devolutas que se encontram na Praça da República, no Porto.

Visto as preocupações conceptuais se cruzarem com as da série O.U.N.U. foi aberta a possibilidade para uma cooperação, que se materializou naquilo que pode ser considerada a última intervenção desta série.

Entre os dias 8 e 10 de Maio de 2009 pode-se assim assistir na Praça da República a algumas intervenções temporárias sobre edifícios devolutos, sendo que uma das quais é aquela aqui apresentada, denominada "O.U.N.U. 1200x540x2000".

O.U.N.U. VII



Rua da Bandeirinha, Porto

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Série O.U.N.U.




Série de intervenções O.U.N.U.

O.U.N.U. I - Rua do Almada
O.U.N.U. II - Rua do Melo
O.U.N.U. III - Rua do Dr. Alves da Veiga
O.U.N.U. IV - Rua de Fernandes Tomás
O.U.N.U. V - Travessa de Cedofeita
O.U.N.U. VI - Cruzamento da Rua de Fernandes Tomás com a Rua da Trindade

domingo, 29 de março de 2009

O.U.N.U. - Objectos Urbanos Não Utilizados 2ªFASE

No seguimento das intervenções anteriores, surge a 2ªFase das acções baptizadas de O.U.N.U.
Com a reacção que acabou por surgir por parte das entidades responsáveis pela organização do espaço público, que se definiu pela remoção quase imediata do mobiliário urbano alvo de intervenção, o projecto tenta aproveitar esse factor de uma forma positiva. Ou seja, estudando as experiências anteriores, pode-se concluir que a transformação estética de mobiliário urbano inutilizado faz com que este seja imediatamente removido da via pública, mesmo após ter lá estado durante um largo período de tempo inutilizado.
A transformação estética dos objectos torna-se então como que uma arma para o melhoramento do espaço público. Isto porque, alterando a aparência dos objectos que estão a mais no espaço, desenvolvem-se pontos de vista alternativos sobre o espaço, o que faz com que estes objectos sejam retirados, seja por censura de expressão artística clandestina no espaço, ou por ter sido apenas através da intervenção que as atenções caíram sobre a inutilidade que ocupa a via pública. Não poderá haver uma acusação de ocupação ilegal do espaço, visto ele já estar ocupado pelo objecto, nem de vandalização ou degradação de mobiliário urbano, visto este já estar inutilizado e degradado quando se decidiu intervir.

As intervenções desta 2ªFase são definidas pela alteração cromática das peças onde se pretende intervir, pintando-as de uma cor diferente da habitual, dando uma aparência homogénea ao objecto e retirando-lhe qualquer simbologia ou significado, tornando-o apenas um volume no espaço. Ao lado de cada objecto será afixada uma pequena placa, similar às presentes em galerias ou museus, servindo de legenda à peça, e injectando-lhe um cariz de significação artística. De um objecto inutilizado consegue-se assim uma expressão alternativa no espaço público, desenvolvida a partir de despojos urbanos. Interessante será depois contabilizar o tempo que demora até que essa peça seja retirada do espaço, confrontando esse espaço de tempo com o tempo em que esta se manteve inutilizada sem se ter retirado.

O.U.N.U. - Objectos Urbanos Não Utilizados 1ªFASE: MISSÃO CUMPRIDA

A 1ª fase de intervenção sobre os objectos inutilizados no espaço público que espelham as relações dos indivíduos com o espaço, o aproveitamento deste e que consequentemente são um reflexo das relações de hierarquia, autoridade e pertença dos espaços teve resultado positivo.

Tanto a intervenção \|/ como a intervenção Inútil parte 2 foram retiradas do espaço público por entidades competentes. O que leva a crer que há várias hipóteses a pairar no ar:

1ª Os objectos, inutilizados e ocupando desnecessariamente a via, estavam tão dissimulados na paisagem ao ponto de que só repararam na sua presença (mesmo as entidades responsáveis) quando estes foram pintados ou cobertos com manga plástica.

2ª Pode-se ter lixo na rua, estruturas abandonadas, paisagem degradada, desde que tenha surgido pela mão de alguma corporação ou empresa e não de um comum indivíduo. No entanto, quando esses objectos são libertados da sua posição de lixo urbano e transformados através de alguma intervenção em algo a que se poderá (ou não) chamar de acção artística, acabam por ser retirados o mais brevemente possível das ruas.

3ª Foi apenas coincidência o facto de objectos inutilizados terem sido alvo de intervenções que pretendem chamar a atenção para estes (elevando-os à condição de arte urbana) e o facto de terem sido retirados pouco tempo depois (mesmo após existirem na rua sob a condição de lixo urbano durante vários meses).

Espaço público sem a presença da intervenção O.U.N.U. a.k.a. Inútil pt.2



Espaço onde estava situada a intervenção \|/, após esta ser retirada

sábado, 14 de março de 2009

O.U.N.U. - Objectos Urbanos Não Utilizados a.k.a. INÚTIL parte 2





A cidade encontra-se povoada por vários tipos de objectos que ocupam espaço nas zonas de interacção pública. Muitos desempenham alguma função, enquanto outros já deixaram de a desempenhar há algum tempo.

Após uma observação criteriosa não é difícil encontrar ruínas de mobiliário urbano ao derivar pela cidade. No entanto, na maior parte das vezes, este passa completamente despercebido aos transeuntes e, sob um olhar despreocupado, não passa de excedentes abandonados, estruturas destruídas ou cinzentos pedaços de chapa inutilizada. A presença destes elementos é tão comum que, independentemente do seu tamanho ou grau de inutilidade, conseguem diluir-se na paisagem citadina, tornando-se parte desta.

Paradoxalmente, a sua presença só é realmente assimilada quando são ocultados, dando origem a um estranho volume que levanta a curiosidade de saber que coisa é aquela que ocupa o espaço público e porquê.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

\|/



Intervenção na Rua Formosa, no Porto, junto do Mercado do Bolhão.

Reutilizou-se uma caixa de sinalização do Metro do Porto destruída por, possivelmente, algum acidente automóvel. Os restos “mortais” da caixa foram deixados durante vários dias na rua, permanecendo fixos ao chão, sendo que as chapas e tubagens de alumínio que a compunham, desenhavam um gesto de vida abrindo-se em direcção ao céu. Gesto esse que contrastava com o estado moribundo em que foi deixada a estrutura.

Como forma de elogiar esse gesto surgido por acidente, assim como tantas outras coisas que surgem a expressar algum género de beleza naturalmente por vontade do caos e da arbitrariedade, pensou-se em dar nova vida à caixa de sinalização. No entanto, não a vida “funcional” de um cinzento mobiliário urbano a que sempre esteve destinada, mas sim uma nova vida, que pudesse fazer justiça às novas linhas que lhe tinham sido destinadas, elevando-a a um nível acima de um simples mobiliário urbano, destinando-lhe a missão de colocar agora sorridentes interrogações nas mentes de quem por ela passava.

Foi então decidido limpar todos os dejectos publicitários que a atormentavam para de seguida lhe retirar toda e qualquer conotação que ainda pudesse ter com uma qualquer empresa de transportes públicos. Foi assim que, ao ser pintada totalmente de um vermelho vivo que enaltece as suas torções e a faz destacar do ambiente cinzento que a rodeava, dela nasce um apelativo rebento metálico do solo. Rapidamente foi utilizado pelo engraxador de sapatos que normalmente se encostava à parede, usando-o provavelmente tanto como necessidade de apoio como forma de chamar a atenção para o negócio, enquanto as suas formas de rebento dialogavam com a loja de sementes do canto sudoeste do Mercado do Bolhão.

No dia seguinte tinha desaparecido.