domingo, 29 de março de 2009

O.U.N.U. - Objectos Urbanos Não Utilizados 2ªFASE

No seguimento das intervenções anteriores, surge a 2ªFase das acções baptizadas de O.U.N.U.
Com a reacção que acabou por surgir por parte das entidades responsáveis pela organização do espaço público, que se definiu pela remoção quase imediata do mobiliário urbano alvo de intervenção, o projecto tenta aproveitar esse factor de uma forma positiva. Ou seja, estudando as experiências anteriores, pode-se concluir que a transformação estética de mobiliário urbano inutilizado faz com que este seja imediatamente removido da via pública, mesmo após ter lá estado durante um largo período de tempo inutilizado.
A transformação estética dos objectos torna-se então como que uma arma para o melhoramento do espaço público. Isto porque, alterando a aparência dos objectos que estão a mais no espaço, desenvolvem-se pontos de vista alternativos sobre o espaço, o que faz com que estes objectos sejam retirados, seja por censura de expressão artística clandestina no espaço, ou por ter sido apenas através da intervenção que as atenções caíram sobre a inutilidade que ocupa a via pública. Não poderá haver uma acusação de ocupação ilegal do espaço, visto ele já estar ocupado pelo objecto, nem de vandalização ou degradação de mobiliário urbano, visto este já estar inutilizado e degradado quando se decidiu intervir.

As intervenções desta 2ªFase são definidas pela alteração cromática das peças onde se pretende intervir, pintando-as de uma cor diferente da habitual, dando uma aparência homogénea ao objecto e retirando-lhe qualquer simbologia ou significado, tornando-o apenas um volume no espaço. Ao lado de cada objecto será afixada uma pequena placa, similar às presentes em galerias ou museus, servindo de legenda à peça, e injectando-lhe um cariz de significação artística. De um objecto inutilizado consegue-se assim uma expressão alternativa no espaço público, desenvolvida a partir de despojos urbanos. Interessante será depois contabilizar o tempo que demora até que essa peça seja retirada do espaço, confrontando esse espaço de tempo com o tempo em que esta se manteve inutilizada sem se ter retirado.

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